domingo, 28 de setembro de 2014

Envelheci dez anos ou mais no último mês.



Estou de volta, porque, de repente, o vazio já não aguentava mais se instalar aqui dentro. Antigamente, eu passava certo tempo falando um monte de coisas sem sentido, e hoje eu simplesmente me peguei sentada, sozinha, chorando por não ter o que fazer. Não ter o que fazer em relação à vida, eu digo, porque minha cabeça e os trabalhos escolares estão uma bagunça.

Pra começar, as coisas estão misturadas demais. Mudança. Amores embaralhados. Amigos para trás. Aquele carinha que me fez sofrer por dez meses. Na verdade, eu acho que as coisas só pegam uma ordem mesmo quando você SE permite reorganizar. E, falando a verdade, eu não quero. Porque sei que quando reorganizamos as coisas, sempre existe algo que vai pro lixo. 

Não quero ter que apagar pessoas, coisas ou experiências. Eu quero que tudo fique aqui, comigo, e para sempre. Por algum tempo eu esqueci o que dizia há uns meses: nada é eterno.

Pra terem uma ideia, estou tão mal que a crônica que entreguei na escola falava sobre suicídio. Não que eu queria desistir assim, do nada, mas quando se está uma bagunça, ah, meu querido, é impossível não querer ir pro espaço.

Estou mudando de endereço, eu e minha família vamos para outra cidade, digamos assim. E isso sempre é ruim porque quando nos mudamos de certo lugar, somos obrigados a deixar as coisas do presente para o passado, e sempre me atrapalho nisso. Não adianta levar todos os móveis ou tudo que escrevi junto, sempre vai ficar um vazio maior do que a casa sem nada. 

O problema não são as coisas, e sim as pessoas. Pela primeira vez na minha vida confiei em (mais precisamente, três) pessoas, e o melhor de tudo: fora da tela do computador. Isso é uma conquista enorme para quem era apenas um ser invisível no fundão da sala.

Espero que, no fundo, as coisas se resolvam. Na verdade, espero estar disposta a me resolver.

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